Na Rússia dirigida por um ex-oficial da KGB, seria estranho que tivessem desaparecido os campos de concentração e tortura da sinistra era soviética. As recentes trocas de corpos e prisioneiros entre Rússia e Ucrânia revelaram as atrocidades praticadas pelo regime de Putin na infame prisão Taganrog. Foi lá que sucumbiu tragicamente a jornalista ucraniana Viktoria Roshchyna.
Antes do início da invasão da Ucrânia, Taganrog era um presídio que albergava reclusos juvenis e mães com filhos pequenos, mas agora serve como cárcere, centro de tortura e de interrogatórios para prisioneiros ucranianos, militares ou civis.
Contribua com qualquer valor para o site "Cristãos Atrevimentos" Quero Doar Em notícia publicada por The Sun, no passado dia 2 de Maio de 2025, e redigida por Lydia Doye a propósito da tortura e assassinato da jornalista Viktoria Roshchyna, foram também revelados alguns detalhes do que se passa na prisão de Taganrog.
Os prisioneiros são amarrados e vendados antes de serem levados para o cárcere, sendo depois embarcados em camiões militares pintados com o símbolo «Z».
À chegada, quase todos são submetidos a um procedimento de «boas-vindas», conhecido como a «recepção» em que os guardas os espancam a pontapé e à cacetada.
Tortura e tormento como nos tempos da KGB soviética
Volodymyr Labuzov, médico-chefe de uma brigada de fuzileiros navais ucranianos que chegou à prisão em 2022, disse que esse espancamento «é um ritual sagrado para eles».
«De olhos vendados, com as mãos atadas e a cabeça baixa, mandam-nos caminhar e todos os guardas que ali estão consideram necessário bater-nos com alguma coisa», descreveu Labuzov. Mas este era, disse ele, apenas o início de uma série de espancamentos regulares aos prisioneiros, feitos duas vezes por dia durante a revista às celas e nos interrogatórios.
As instalações de tortura, no sector conhecido como «Sizo-2», incluem várias câmaras com uma série de instrumentos destinados a provocar a dor, incluindo uma cadeira eléctrica.
Há também uma sala onde os prisioneiros são algemados e pendurados de cabeça para baixo, em posição fetal ou com os joelhos amarrados a uma barra, enquanto são severamente espancados.
O «telefone de Putin» poderia ser um bom meio para certos sectores da «Direita» Ocidental pedirem ao ditador russo que venha «salvar» a Europa…
Antigos prisioneiros recordaram o horrível tratamento do «telefone de Putin» que consiste em ligar fios condutores aos lóbulos das orelhas, ao interior do nariz ou aos órgãos genitais para provocar choques eléctricos com as baterias de um telefone de campanha da era soviética, chamado TA-57. Até neste detalhe os esbirros de Putin têm sabido manter os velhos costumes da sinistra KGB e da «saudosa» ditadura bolchevista.
A fome é também um dos grandes padecimentos dos prisioneiros de Taganrog. As «refeições» que recebem são geralmente umas quatro colheres e meia de comida, muitas vezes misturada com ossos e vísceras. Alguns reclusos disseram que não comiam durante o dia, preferindo guardar as suas magras rações para uma única refeição noturna, só para se sentirem suficientemente saciados antes de dormir.
Os prisoneiros também referiram que estavam proibidos de falar em ucraniano e que eram obrigados a recitar poemas patrióticos russos.
Enquanto os funcionários da prisão supervisionam o funcionamento quotidiano das instalações, os agentes dos serviços de segurança da FSB (sucessora da KGB soviética) são responsáveis pela tortura e pela condução dos interrogatórios mais importantes.
Rituais de brutal suplício encontrados no corpo de Viktoria Roshchyna
Foi neste inferno de indescritível crueldade que desapareceu a jornalista Viktoria Roshchyna, no Verão de 2023, depois de uma reportagem sobre as crueldades russas nos territórios ocupados da Ucrânia. Mantida em cativeiro no sector «Sizo-2» de Taganrog, padeceu horríveis torturas e presume-se que tenha acabado por ser brutalmente assassinada.
Os procuradores ucranianos e o exame forense feito ao seu corpo mutilado, revelaram que a repórter foi torturada, pois tinha «numerosos sinais de sevícia e maus tratos, incluindo escoriações e hemorragias em várias partes do corpo, uma costela partida e vestígios de possíveis choques eléctricos».
O chefe do departamento de crimes de guerra da Procuradoria-Geral da Ucrânia, Yuriy Belousov, informou que as barbaridades foram infligidas enquanto Roshchyna estava viva, segundo confirmaram os peritos forenses. Belousov também disse que o miserável estado do corpo não permitia determinar exactamente a causa da morte, mas afirmou que a Ucrânia está a trabalhar com peritos forenses internacionais para encontrar respostas.
De acordo com notícia divulgada pelo site noticioso Mail Online, a 30 de Abril, as autoridades de Kiev afirmam que a remoção dos olhos, do cérebro e da laringe constitui mais uma prova dos suplícios que Roshchyna sofreu no seu indescritível cativeiro.
Sabe-se que na Rússia é prática comum a remoção de partes do corpo de prisioneiros torturados para esconder violações dos direitos humanos.
Disse um especialista forense que «a laringe pode constituir prova importante em casos de estrangulamento. Quando uma pessoa é estrangulada, o osso hioide [entre a laringe e a base da língua] fica geralmente fracturado».
Segundo o mesmo especialista, citado por The Sun, «podem ser encontradas hemorragias na parte branca dos olhos e a privação de oxigénio pode ser detectada no cérebro».
O corpo de Roshchyna foi devolvido como parte de uma troca que envolveu 757 ucranianos mortos em Fevereiro. O saco em que vinha o seu cadáver foi erroneamente marcado como «homem não identificado» que tinha morrido de insuficiência cardíaca.
Os testes de ADN confirmaram mais tarde que o corpo espancado, sem olhos, sem cérebro e sem laringe, era o da repórter e jornalista Viktoria Roshchyna que trabalhava para a Hromadske TV e para outros órgãos noticiosos.
Visto isto, não se percebe bem de onde vêm as simpatias de Trump, de Vance, de Orban e de certos sectores da «Direita» Ocidental pela «democracia» de Putin. Se efectivamente repudiam o socialismo e ateísmo da União Europeia, não seria melhor lutarem pela restauração da verdadeira Europa e da Cristandade? Ou será que preferem substituir a União Europeia pela nova União Soviética de Putin?…
Fontes:
The Sun
https://www.thesun.co.uk/news/34758086/putin-ukrainian-journalist-torture/
Mail Online
https://www.dailymail.co.uk/news/article-14663633/Russia-returns-mutilated-body-Ukrainian-reporter-27-eyes-brain-missing-torture-Putins-brutal-jails.html
Legenda:
Viktoria Roshchyna, 27 anos, foi torturada e assassinada na prisão de Taganrog. Por engano, o seu corpo foi devolvido à Ucrânia dentro de um saco para cadáveres, sem identificação, pois estava irreconhecível: não tinha olhos, nem cérebro, nem laringe… (Foto: Hromadske)