Em artigo dedicado aos massacres do Estado Islâmico no Congo («Massacre de Nyoto»), vimos como é grave a situação desse país e como ela decorre de longos anos de guerras e maus governos.
Infelizmente, parece não haver fim à vista para a tragédia humanitária desse e de muitos outros países africanos. Depois da Segunda Guerra Mundial começaram a articular-se traiçoeiras e demagógicas políticas de «descolonização» cujo objectivo consistia simplesmente em dar lugar a novas colonizações, mas agora geridas por inimigos da Civilização Ocidental e destinada a privar a África do convívio com a Europa.
Talvez mais do que Angola, o Congo tem riquezas naturais fabulosas e muito cobiçadas. Mas está minado por grande corrupção, padece de má administração e não tem estabilidade política, o que favorece a infiltração de grupos terroristas como as ADF que prosperam à custa da exploração ilegal de minas de ouro e de outros recursos excepcionalmente lucrativos.
As vítimas preferidas dessas acções terroristas são as comunidades cristãs que se encontram mais isoladas e que depois, acossadas pelo medo, se vêem na contingência de ter que abandonar as suas terras e juntar-se aos milhões que procuram salvação nos campos de refugiados.
À semelhança de tantos outros países africanos, «o Estado congolês mostra uma preocupante incapacidade para proteger os seus cidadãos e garantir a paz numa região devastada pela violência», conforme observa a jornalista María Martín que escreveu a notícia sobre o massacre de Nyoto (Forum Libertas).
A África da pós-descolonização: uma tragédia da qual não se fala
A propósito deste comentário, cumpre deixar uma nota, dirigida principalmente às gerações mais jovens, àquelas que nunca estiveram nas nossas Províncias Ultramarinas e que nasceram já na época das «independências» africanas.
A África não era assim no tempo em que tinha ligação com a Europa. Esses dantescos cenários de massacres, perseguição religiosa, corrupção, refugiados aos milhões, guerras étnicas, ruína económica, pobreza extrema, não eram senão raras excepções.
Mas após a Segunda Guerra Mundial começaram a soprar os ventos pútridos do imperialismo soviético e da cobiça norte-americana. Em poucos anos, o discurso do «direito dos povos à autodeterminação», começou a produzir os seus efeitos…
Na África, a aplicação desse «direito à autodeterminação» foi uma falácia e um desastre. Foi uma descolonização forjada para dar lugar a nova colonização, subversiva, interesseira e aproveitadora. Assim que se tornaram «independentes», os vastos e prósperos territórios africanos que eram administrados por países europeus, entraram rapidamente no caos das guerras civis, da corrupção, das disputas de poder, do abandono dos seus extraordinários recursos naturais e da destruição das inúmeras infra-estruturas que por lá edificaram os «colonialistas». Uganda, Congo, Nigéria, Angola e Moçambique são talvez os mais trágicos exemplos dessa falaciosa descolonização. Países que eram promissores e prósperos, dotados de incríveis recursos naturais, foram simplesmente votados à desgraça e transformados em cenários de guerra e carência – foi isto que lhes deu a «autodeterminação» e a «independência»!
África: saiu a Europa, entrou a China comunista
A «propaganda» da esquerda, que ainda predomina em muitos órgãos da comunicação (manipulação) social, não se cansa de esconder esta realidade e de tentar passar a versão do «colonialismo» indesejável, opressor e nefasto. É verdade que se cometeram certos erros, excessos e abusos com os quais não se pode concordar. Mas quando se invocam esses erros, excessos e abusos para justificar as absurdas descolonizações, é curioso que nunca se diz nada sobre a desgraça que desabou com o advendo das «independências» e das novas colonizações – russa, cubana ou chinesa – dedicadas ao saque, à extorsão e ao roubo, sem quaisquer escrúpulos de natureza humanitária, como bem se vê.
Apenas para dar uma ideia, estima-se que Angola tenha com a China uma dívida de 15 mil milhões de dólares, mas há fontes que indicam muito mais. O certo e o que importa é o seguinte: se Angola não pagar, a sua total submissão política à China comunista será apenas uma questão de tempo.
A «colonização» da Europa
Se fosse digno de crédito aquilo que a comunicação social diz sobre a colonização europeia da África, então os africanos não deveriam vir para a Europa procurar melhores condições de vida nas nações que os «oprimiram» e «exploraram».
Mas vêm porque o objectivo de quem os manda para cá não é uma política preocupada em oferecer melhores condições de vida para os africanos. Se essas condições lhes foram retiradas e arruinadas nos seus próprios países, não será na Europa que as vão encontrar, apesar dos benefícios que auferem, por vezes bem melhores do que aqueles que são dados aos próprios cidadãos europeus. Mais tarde ou mais cedo, esses benefícios vão exaurir os mal-parados recursos da Europa, como já acontece em Portugal, na França ou na Inglaterra. Quando acabarem, só haverá lugar para uma coisa: revolução, sangue nas ruas, tumulto, lutas raciais, colapso da Autoridade e anarquia. Esse é verdadeiramente o objectivo da «colonização» da Europa: o derradeiro golpe para acabar com a Civilização Ocidental.
Sirvam os crimes e a perseguição religiosa dos muçulmanos no Congo, em Moçambique ou na Nigéria, para mostrar a crua realidade da África nas últimas décadas e o que esse promissor Continente perdeu ao ser desvinculado da Europa. Se não abrirmos bem os olhos e se não reagirmos energicamente, em breve teremos também aqui um verdadeiro «Congo»...
Contribua com qualquer valor para o site "Cristãos Atrevimentos" Quero Doar Fontes: