Deus ao criar as diversas coisas fala-nos através delas. Elas são bilhetes que Ele me escreveu, ou fotografias que me mandou, para eu saber como Ele é. Mas para saber compreendê-las, é preciso entender o valor simbólico das coisas. Os homens seriam muito mais tendentes à reflexão se percebessem o valor simbólico das coisas . Afinal, o símbolo é aquilo que liga o visível ao invisível.

Todos gostamos de ver e admirar os belos vitrais das igrejas góticas existentes em Portugal e em tantos países europeus. Mas por que eles nos atraem? É porque temos a impressão de que foram feitos para nos dar a ilusão de que um buraco foi aberto nas paredes de pedra para, através deles, podermos ver a Deus.

Contribua com qualquer valor para o site "Cristãos Atrevimentos" Quero Doar Alguém poderá perguntar: o que isso tem a ver com o ensino na Igreja, com a doutrina católica? Tudo! Essa questão seria de grande ajuda para levar o desorientado católico de hoje a entender o que é a causa católica. Esta consiste no ideal que visa fazer com que a Criação, considerada no seu todo (e não apenas em um ou outro dos seus aspectos parciais) dê glória a Deus. E é preciso entender o valor simbólico de todas as coisas. Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou sempre a sua santa doutrina com base no simbolismo, por exemplo, quando disse «Eu sou a verdadeira videira». De facto, diz-nos Santo Agostinho, Jesus Cristo auto-intitula-se a verdadeira videira, na medida em que é a cabeça da Igreja e nos compara aos ramos dela, porque somos seus membros.

E o milagre de Caná seria também uma figura da transubstanciação eucarística. Jesus Cristo não é apenas a verdadeira videira mas, seguindo a expressão do profeta Isaías, Ele próprio quis pisar o vinho desta videira celeste no lagar.

Não devemos ser indiferentes às coisas belas com as quais tantas vezes nos deparamos, mesmo diariamente. Até uma simples árvore da floresta, derrubada pelo vento, pode inspirar-nos sérios pensamentos. A árvore é um símbolo da vida humana. Quando é derrubada, fica para sempre no lugar onde caiu, Não muda! Assim sucede connosco: seremos julgados no lugar em que cairmos mortos, tal como a árvore.

Por outro lado, os santos Doutores da Igreja também reconhecem que Jesus Cristo é a figura da árvore da vida do Paraíso Terrestre.

Disse o grande líder católico Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em conferência a jovens universitários: «Não há, em certo sentido, melhor modo de conhecermos a beleza infinita e incriada de Deus do que analisar a beleza finita e criada do Universo». Por exemplo, a beleza do mar.