Bécassine, a primeira heroína em HQ1
O objetivo da presente comunicação é apresentar, no seu estágio atual de desenvolvimento, uma pesquisa que já estamos realizando há vários anos, acerca de Bécassine, a primeira heroína de HQ de que se tem notícia no mundo inteiro, focalizando-a na ótica da História Cultural.
Para se entender bem o contexto em que surgiu tal personagem, na Paris de 1905, em plena Belle Époque, haveria que considerar, inicialmente, o que foi esse período histórico.
Contribua com qualquer valor para o site "Cristãos Atrevimentos" Quero Doar O fim da Belle Époque é consensualmente situado em 1914, com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, mas seu começo é mais discutido. Alguns o colocam em 1870, com a Guerra Franco-Prussiana, seguida da queda de Napoleão III, da Comuna de Paris, do estabelecimento e consolidação da Terceira República francesa. Outros preferem situá-lo mais para o fim do século XIX, assinalando como marco a Exposição Universal de Paris, de 1889.
Na Belle Époque as ciências progrediram de modo muito rápido e acentuado, assim como as artes e a cultura em geral, acompanhando paralelo desenvolvimento econômico e dentro de um quadro de relativa tranquilidade política no continente europeu. O período marcou uma fase de otimismo desenfreado e de orgulhosa autossuficiência, na certeza generalizada de que o mundo estava chegando à sua idade de ouro. O anseio que, desde os tempos do Iluminismo, começara a tomar conta da Europa inteira, parecia afinal em vias de se realizar: a técnica, a Ciência, acabaria por extinguir todos os males, todas as doenças. Realmente, na Belle Époque ocorreram progressos assinalados em muitas ciências. A Medicina, a Biologia, a Psicologia deram verdadeiros saltos. A Química, a Física, a Engenharia igualmente avançaram de modo notável.
Embora a primazia econômica, em nível internacional, já estivesse na posse da Inglaterra e em vias de passar para o âmbito dos Estados Unidos, culturalmente a França ainda permanecia como a capital indiscutível do globo inteiro. Pode-se mesmo afirmar que a Belle Époque marcou o apogeu do predomínio cultural francês no mundo.
Hoje, com a hegemonia maciça do norte-americanismo, do american way of life, é difícil, para as gerações mais novas, avaliar o que foi, no passado, a influência cultural da velha nação gaulesa. Quando a França espirra, o resto do mundo assoa o nariz - dizia-se correntemente. O francês era o segundo idioma de qualquer pessoa culta, em qualquer parte do mundo e era a língua internacional da diplomacia. Em francês se redigiam tratados internacionais e se apresentavam comunicações em congressos científicos.
Em 1910, visitou o Brasil o jornalista e político francês Georges Clemenceau (1841-1929). Nas suas anotações de viagem a respeito de São Paulo, comentou que todas as pessoas com quem se relacionou falavam o francês com perfeita correção e quase sem sotaque, de modo que ele às vezes tinha a impressão de não estar em viagem pelo estrangeiro, mas estar viajando dentro de seu próprio país.... É claro que, em São Paulo, Clemenceau somente se relacionou com pessoas das elites culturais e políticas, não tendo acesso a outros segmentos sociais majoritários. Mas, mesmo assim, como indício da influência cultural francesa, o depoimento é deveras significativo. Registra-se, ainda, o caso pontual, mas muito digno de nota, de uma Câmara Municipal do interior do Maranhão cujos livros de atas eram lavrados, na segunda metade do século XIX, em idioma francês.
A Belle Époque foi um período prolongado de paz na Europa, pois eram jogados para outros continentes, menos felizes, os embates bélicos causados pelos diversos interesses europeus em oposição, como também de acentuado progresso econômico; essas duas circunstâncias propiciaram um desenvolvimento extraordinário da cultura em geral.
A literatura teve manifestações inovadoras, nas artes surgiram estilos novos, como o impressionismo e o art-nouveau, houve a chegada do cinema, a difusão do telefone, do telégrafo sem fio e da luz elétrica, das bicicletas, dos automóveis e dos aeroplanos. Tudo isso contribuiu para que se firmasse a crença inabalável no mito do progresso.
No período ocorreu, também, uma grande expansão imperialista das potências europeias, que literalmente repartiram entre si o mapa da África. Os europeus, inflados de orgulho pelo brilho da sua civilização, julgavam-se com a missão de verdadeiros apóstolos do progresso, junto aos povos considerados inferiores.
Também foi um período de intensa fermentação cultural e ideológica, com polêmicas de natureza política (monarquia x república e conservadores x radicais), social (com o aparecimento de várias correntes anarquistas ou de fundo socialista, contestando abusos do sistema capitalista), religiosa (laicistas x católicos) e até mesmo étnico-raciais (o famoso affaire Dreiyfus).
Esse foi o contexto geral em que apareceu Bécassine, numa sociedade que se mantinha tradicional e conservadora por muitos lados, mas na qual já se notavam, em profundidade, fermentações culturais, sociais e políticas que prenunciavam grandes transformações.
Ela apareceu modestamente, em 2 de fevereiro de 1905, nas páginas de “La Semaine de Suzette”, jornalzinho publicado em Paris tendo como público-alvo meninas da aristocracia e da burguesia francesa. A redatora principal da publicação, Jacqueline Rivière (1851-1920), precisava preencher rapidamente uma página vazia do jornal e, na aflição, lembrou-se de um episódio ocorrido em sua casa, com uma empregada natural da Bretanha, que, na sua simplicidade provinciana e na sua ingenuidade, cometera uma falta qualquer um tanto cômica. A redatora quis, então, aproveitando-se do fato, ocupar a página com uma historieta desenhada, figurando a sua criada como heroína um tanto cômica, se bem que simpática e ingênua. O desenhista da publicação, Joseph-Porphyre Pinchon (1871-1953), ilustrou a historieta.
A reação do público foi muito além do esperado pela redatora. A personagem agradou as leitoras... Choveram, literalmente, cartas e pedidos para que a simpática Bécassine voltasse, nos números seguintes da publicação. Isso foi feito, para grande gáudio das leitoras-mirins, que interagiam com a publicação, escreviam cartinhas, davam sugestões e incentivavam o prosseguimento da série.
Pouco a pouco, Bécassine se transformou na principal atração de “La Semaine de Suzette”, que vinha a lume todas as quintas-feiras e era ansiosamente esperada por um público crescente, não só em Paris mas em muitas cidades da França e até do Exterior.
Quem passou a escrever, semanalmente, o roteiro das tirinhas ilustradas foi Maurice Languereau (1867-1941), que assinava com o pseudônimo quase anagramático de Caumery. Languereau era sócio e sobrinho de Henri Gautier, sendo ambos proprietários da Casa Gautier-Languereau, empresa que editava “La Semaine de Suzette”.
Contribua com qualquer valor para o site "Cristãos Atrevimentos" Quero Doar A figura da personagem Bécassine, tal como a conhecemos, somente teve seus contornos inteiramente definidos e fixados em 1913, quando o sucesso da heroína levou a editora Gautier-Languereau a lançar um primeiro álbum ilustrado, de 48 páginas, com uma história contínua mais coerente e articulada: “L´Enfance de Bécassine”. Foi então que ela adquiriu um nome civil oficial, Annaïck Labornez, que se deterninou que era natural de uma pequena povoação bretã chamada Clocher-les-Bécasses, na qual seu tio, Corentin, era um camponês muito estimado e respeitado, e onde havia um velho castelo, propriedade da bondosa e aristocrática Marquesa Hermine de Grand-Air.
Diga-se desde logo que os nomes dos personagens, na série de Bécassine, com muita frequência têm significado, às vezes a modo de trocadilhos: “Labornez”, nome de família da heroína, soa a “la bornée”, ou seja, a limitada, a simplória. “Grand-Air” é alusão aos grandes ares aristocráticos que a dama naturalmente possuía. Na série, aparecem ainda o “doutor Guérritou” (cura tudo), o sábio M. de la Haute-Science (Sr. da Alta Ciência), o major inglês Tacy-Turn (o taciturno), o distraído M. Proey-Minans (alusão a proeminência, já que o aludido personagem, amigo de infância da Marquesa de Grand-Air, era adepto da frenologia, prática então tida como científica, que consistia em apalpar o crânio das pessoas, na suposição de que proeminências ósseas significariam tendências psicológicas ou de caráter).
“Bécasse” é uma avezinha migratória de caça, com um longo bico. Como a menina Bécassine tinha um narizinho muito pequeno, quase invisível, por gracejo era chamada, quando criança, de Bécassine. E Bécassine ficou, para a vida inteira.
25 álbuns foram publicados no período 1905 a 1939, todos desenhados e coloridos com extremo bom gosto. Os personagens perfeitamente caracterizados, que aparecem nessas histórias, são cerca de 1.200. No total, a dupla Caumery-Pinchon produziu cerca de 1.500 pranchas, cada qual com três fileiras de quadrinhos desenhados e coloridos.
Em Bécassine, as imagens eram numerosas e bem feitas, impressas primorosamente em cores, indo o texto, tanto o narrativo como o dos diálogos, em tirinhas apostas abaixo das ilustrações, correspondendo à etapa de transição entre as antigas histórias infantis ilustradas (nas quais, sem embargo das numerosas ilustrações, o elemento textual era muito preponderante), e as modernas HQ, nas quais predominam largamente as imagens, sendo o texto muito reduzido e quase sempre introduzido à maneira de “bolhas”, nos diálogos entre os personagens.
A publicação do primeiro álbum marcou, também, a irreversível transformação da personagem, que inicialmente fora cômica e meio pejorativa, exemplo vivo do estereótipo com que as pessoas "civilizadas" da Cidade-Luz viam a gente inculta do campo, mais concretamente da Bretanha. Entre 1905 e 1913, com o público cada vez mais se afeiçoando àquela figurinha redonda, simpática, de ótimo coração e profundo bom senso, ela foi se transformando gradualmente, até se tornar uma heroína muito querida que chegou a simbolizar a própria França.
Sem nunca ter abandonado o traje bretão, com seu vestido de lã verde enfeitado com faixas negras e acompanhado de avental e touca branca, com seus pesados tamancos de madeira, sem nunca ter deixado o enorme e inseparável guarda-chuva que a acompanhava por todas as partes, Bécassine se foi transformando em uma heroína querida e admirada. Os álbuns foram se sucedendo, pari passu que “La Semaine de Suzette” prosseguia a sua publicação, que se estenderia por décadas, até 1962.
No suceder dos álbuns, Bécassine foi convivendo com todas as transformações políticas, sociais e econômicas dos tempos, foi sendo transportada a realidades culturais muito diferentes da sua aldeiazinha nativa, ou do ambiente da criadagem no castelo ou na mansão parisiense da Marquesa de Grand-Air. Nunca deixou de ser ela mesma, fiel a suas origens e aos seus valores tradicionais, conviveu com realidades muito diferentes, sabendo adaptar-se a todas elas. Os álbuns, sucessivamente, acompanham sua trajetória como jovem aprendiz (“Bécassine en Aprentissage”) e como ama-seca (“Bécassine Nourrice”). Quando estourou a Primeira Guerra Mundial, Bécassine alistou-se como enfermeira voluntária (“Bécassine pendant la Grande Guerre”, “Bécassine chez les Alliés”, “Bécassine mobilisée”). Mais tarde, aprendeu a voar (“Bécassine en aéroplane”) e a dirigir automóveis (“L´automobile de Bécassine”), viajou por muitos países (“Becassine voyage”, “Bécassine chez les Turcs” etc.), esquiou e escalou picos (“Bécassine dans la neige”, “Bécassine alpiniste”), chegou a ser atriz de cinema (“Bécassine au studio”) e acompanhou a velha marquesa quando esta, empobrecida em razão da crise econômica decorrente da Guerra, precisou alugar seu palacete de Paris para um ricaço norte-americano e foi morar em um modesto apartamento. Bécassine, também, embora nunca tenha se casado, mostrou instinto maternal em relação a Loulotte, menina pobre que a marquesa havia adotado.
Não podendo referir aqui as inúmeras situações e cenas que se sucedem nessa série, limitamo-nos a transcrever os títulos dos sucessivos álbuns: L´Enfance de Bécassine (1913); Bécassine en apprentissage (1914); Bécassine pendant la Grande Guerre (1916); Bécassine chez les Alliés (1917); Bécassine mobilisée (1918); Bécassine chez les Turcs (1919); Les Cent Métiers de Bécassine (1920); Bécassine voyage (1921); Bécassine nourrice ( 1922); Bécassine alpiniste (1923); Les bonnes idées de Bécassine (1924); Bécassine au Pays-Basque (1925); Bécassine, son oncle et leurs amis (1926); L´automobile de Bécassine (1927); Bécassine au pensionnat (1928); Bécassine en aéroplane (1930); Bécassine fait du scoutisme (1931); Bécassine aux bains de mer (1932); Bécassine dans la neige (1933); Bécassine prend des pensionnaires (1934); Bécassine à Clocher-les-Bécasses (1935); Bécassine en croisière (1936); Bécassine cherche un emploi (1937); Les mésaventures de Bécassine (1938); Bécassine en roulotte (1939); Les petits ennuis de Bécassine (1948); e Bécassine au studio (1950).
Os dois últimos desses álbuns já foram foram publicados depois do falecimento de Caumery e Pinchon. Além dos álbuns, a série foi também enriquecida com 25 livretos ilustrados, nos quais o texto é maior e mais representativo do que as imagens. São livretos publicados pela mesma casa editora Languereau e contribuem para difundir e manter viva a memória da personagem. Não os expomos aqui, devido ao curto espaço de tempo que nos foi reservado e à menor importância dessa série.
O estudo das coleções de Bécassine é riquíssimo, como retrato de uma época, como fonte para o estudo sociológico daquele período, com os seus modismos, as suas idiossincrasias, os seus costumes, as suas permanências e rupturas. Há, na França, numerosos estudos a respeito.
Depois da Segunda Guerra Mundial, já havia morrido Caumery e na década de 50 morreria Pinchon; em 1962, deixaria de circular “La Semaine de Suzette”. Mas as publicações de álbuns continuaram, tanto reproduzindo números antigos, já esgotados, como até produzindo alguns novos, sempre assinados por “Caumery” e “Pinchon”, agora como pseudônimos dos seus continuadores. A maison éditrice continuou sendo a Languereau, mais recentemente associada à Hachette.
Até hoje os álbuns são sempre sucessos de venda, sem embargo de alguma oposição, vinda de algumas associações bretãs, que por vezes se mostram ofendidas com o caráter estereotipado da personagem, ou de elementos políticos de esquerda, que se queixam do caráter “alienado e não-engajado” da heroína. De fato, nada há, em Bécassine, que faça a menor alusão a conflitos de classes ou tensões sociais. Esse é um aspecto que pura e simplesmente inexiste nos seus álbuns. Tudo está no seu lugar tradicional, tudo se encaixa perfeitamente numa sociedade ainda muito hierarquizada socialmente, sem conflitos. O próprio progresso tecnológico é, em Bécassine, assimilado num contexto não conflituoso.
Sem embargo dessas críticas pontuais bem caracterizadas, Bécassine continua imensamente popular na França. Em 1972, a cantora popular Chantal Goya relançou Bécassine na moda dos jovens, com “Bécassine c´est ma cousine”, que vendeu 3 milhões de CDs. Em 2001, foi lançado o filme “Bécassine, le trésor viking”, no sistema de desenhos animados. Já anteriormente, em 1939, a personagem tinha inspirado um filme em longa-metragem, intitulado “Bécassine”, dirigido por Pierre Caron e tendo a atriz Paulette Dubost no papel da heroína. Em 2005, o serviço postal francês emitiu um selo comemorativo do centenário da personagem, a qual figura também entre as celebridades conservadas no famoso Museu de Cera de Madame Grévin.
Essa é, em resumo, a história de Bécassine, na França. Aqui no Brasil, ela também apareceu, algumas vezes, nas páginas de “O Tico-Tico”, jornalzinho infantil que circulou, entre nós, de novembro de 1905 até 1962, tendo, coincidentemente, aparecido no mesmo ano de Bécassine e deixando de circular no mesmo ano em que o fez “La Semaine de Suzette”. “O Tico-Tico”, aliás, desde o início tomou como modelo editorial “La Semaine de Suzette”, sendo considerado como que a versão brasileira da publicação francesa.
No “Tico-Tico”, algumas historietas cômicas de Bécassine foram reproduzidas, figurando a heroína com os nomes de Felismina ou Narcisa.
Contribua com qualquer valor para o site "Cristãos Atrevimentos" Quero Doar Bibliografia utilizada
CHINEN, Nobuioshi. Os personagens de quadrinhos estrangeiros na Revista O Tico-Tico, in VERGUEIRO, Waldomiro e SANTOS, Roberto Elísio dos (orgs.). O Tico-Tico – Centenário da primeira revista em quadrinhos do Brasil. Vinhedo-SP: Opera Graphica Editora, 2005, p.103-112.
CLEMENCEAU, Georges. Notes de Voyage dans l´Amérique du Sud – Argentine, Uruguay, Brésil. Paris: Hachette et Cie., 1911.
COUDERC, Marie-Anne. Bécassine inconnue. Paris: CNRS Éditions, 2001.
DANDRIEU, Laurent. Bécassine dans le siècle, in “Le Spetacle du monde”. Paris: março 2005.
LABÉ. Yves-Marie. Bécassine débarque, in “Le Monde”. Paris: 28-8-2005.
LEHAMBRE, Bernard. Bécassine, une légende du siècle. Paris : Gautier-Languereau/Hachette Jeunesse, 2005.
MERLO, Maria Cristina. O Tico-Tico: um marco nas histórias em quadrinhos no Brasil (1905-1962) São Paulo: Escola de Comunicações e Artes da USP, 2003 – dissertação de Mestrado.
MOYA, Álvaro de. História da história em quadrinhos. Porto Alegre: LPM. 1986.
SANTOS, Armando Alexandre dos. La Belle Époque. Participação em mesa-redonda promovida a 25/7/2009 pela Secretaria da Ação Cultural de Piracicaba, na série de Comemorações Culturais do Ano Brasil-França, realizadas ao longo do ano de 2009.
SILVA, W. Gabriel da. Bécassine, uma jovem de 100 anos. In “Catolicismo”. São Paulo: maio de 2005.
SOBRAL, José. O Tico-Tico de Além-Mar, in VERGUEIRO, Waldomiro e SANTOS, Roberto Elísio dos (orgs.). O Tico-Tico – Centenário da primeira revista em quadrinhos do Brasil. Vinhedo-SP: Opera Graphica Editora, 2005, p. 69-72.
VV.AA. Cinquentenário de “O Tico-Tico” – retrospecto da vida de “O Tico-Tico da sua fundação até os nossos dias. Rio de Janeiro: S.A. O Malho, 1956.
VITRUVE, Raymond. Bécassine, oeuvre littéraire. Paris: La Pensée Universelle, 1991.
Foram, também, consultadas coleções de álbuns da série Bécassine, assim como números avulsos de “O Tico-Tico”.
Ilustração 1 – Uma página de capa de “La Semaine de Suzette” (coleção do autor)
1 Comunicação apresentada no VI Simpósio Nacional de História Cultural – Escritas da História: Ver – Sentir - Narrar, realizado na Universidade Federal do Piauí, em Teresina, de 24 a 28/6/2012; inserida no Simpósio Temático 07 (Cultura Política e Representações Visuais: Vivências e Sensibilidades Políticas através das Narrativas Visuais). O autor agradece a seu erudito amigo Prof. José Sobral, jornalista português que reside em Piracicaba e possui notável coleção de HQs dos mais diversos países, pelo empréstimo de obras e, sobretudo, pela valiosa colaboração intelectual que prestou para a redação do presente estudo.
NR: Este artigo foi escrito na ortografia original em uso no Brasil.