Luca Volontè
Após três anos de investigação e uma despesa de 216,5 milhões de dólares, o governo Trudeau decidiu encerrar a Comissão de Inquérito sobre as Escolas Residenciais: não foi encontrada nenhuma vala comum. Mas, entretanto, este enésimo embuste anti-cristão levou à devastação de pelo menos 112 igrejas.
O governo canadiano liderado por Justin Trudeau cortou o financiamento da investigação sobre alegados enterros em massa de crianças em antigas escolas residenciais geridas pela Igreja Católica e por outras organizações cristãs. Como não foram descobertas valas comuns, o comité de investigação vai ser muito provavelmente dissolvido. A realidade dos factos revela as mentiras de uma das piores campanhas anti-cristãs deste século, que levou ao incêndio de mais de uma centena de igrejas. Desta violência é cúmplice uma grande parte da classe dominante do Canadá e o próprio Primeiro-Ministro Trudeau. O que é urgente agora é a criação de uma séria comissão de inquérito para desmascarar os instigadores e os agentes da campanha de destruição e difamação da memória cristã e das igrejas do país.
Em 27 de Maio de 2021, a líder indígena Rosanne Casimir (de Tk'emlúps te Secwépemc, uma das Primeiras Nações) anunciou que, graças à utilização da tecnologia georadar (radar de penetração no solo), tinha localizado os restos mortais de 215 crianças nos terrenos da antiga Escola Residencial Indígena de Kamloops, na Colúmbia Britânica. Quase um mês depois, surgiram notícias de que havia cerca de 751 sepulturas anónimas perto de uma escola residencial em Marieval. Sem que tivesse havido qualquer comprovação, a notícia de 27 de Maio de 2021 foi imediatamente assumida como autêntica por todas as principais personalidades e instituições da sociedade canadiana, causando dor e consternação generalizadas. Em 28 de Maio do mesmo ano, ou seja, apenas um dia após a notícia, o New York Times dedicou uma reportagem especial ao caso: «História horrível: vala comum de crianças indígenas reportada no Canadá». No dia 24 de Junho seguinte, foi publicada a declaração oficial de Trudeau, na qual este referia as «descobertas em Marieval e Kamloops» como «uma recordação vergonhosa do racismo sistémico» de que são vítimas os povos indígenas do Canadá. Em seguida, ordenou que as bandeiras canadianas fossem baixadas a meia haste e, em 25 de Junho, instou o Papa Francisco a deslocar-se ao Canadá para pedir desculpa pelos internatos geridos pela Igreja, onde alegadamente teriam sido encontradas centenas de sepulturas sem identificação.
Mas já antes disso, o Papa Francisco, durante o Angelus de 6 de Junho de 2021, tinha lamentado a «chocante descoberta dos restos mortais de 215 crianças». Nas semanas que se seguiram, inspirando-se nas palavras apressadas de Francisco, as comunidades religiosas canadianas exibiram 215 pares de sapatos de criança nos degraus de entrada de várias igrejas ou no seu interior, em gesto de desculpa e pedido de perdão.
O governo canadiano criou prontamente o «Comité Consultivo Nacional sobre escolas residenciais, crianças desaparecidas e enterros não marcados» para investigar a verdadeira extensão dos alegados abusos e assassinatos de crianças índias por cristãos de origem europeia e por instituições religiosas católicas.
Nos últimos dias, foi noticiado que o próprio governo de Trudeau encerrou a Comissão de Inquérito, observando que, após três anos em busca de cadáveres e uma despesa de 216,5 milhões de dólares, não foram encontrados quaisquer restos humanos e muito menos as tais «valas comuns». É lamentável que a cristianofobia generalizada e o «pânico satânico», como o descreveu o Catholic Herald em 2 de Fevereiro de 2024, tenham causado – de acordo com uma contagem actualizada até Setembro de 2024 – a profanação, o incêndio e a vandalização de 112 igrejas, na sua maioria católicas, muitas delas ao serviço das próprias comunidades indígenas.
O Comité Consultivo Nacional para as Escolas Residenciais (NAC) deu a conhecer, nas últimas semanas, a sua decepção com a decisão do governo federal em retirar o apoio financeiro. Os fundos iniciais para o projecto, atribuídos em 2022, deveriam expirar em 2025. Dos 216,5 milhões já gastos, em particular 7,9 milhões de dólares dedicados ao trabalho no terreno, ainda não produziram quaisquer resultados que comprovem as queixas que deram origem às investigações. Por isso, o Governo decidiu retirar o financiamento e encerrar o comité consultivo, que deverá ser dissolvido no final deste mês.
Claro que há sempre os chamados «especialistas» a gritar escândalo, na esperança de que as eleições do próximo mês induzam Trudeau a reactivar os fundos e as nomeações. O primeiro-ministro «liberal» não foi apenas cúmplice, mas também promotor das mentiras e do descrédito contra o trabalho das missões e os zelosos cuidados prestados pelas escolas católicas. Trudeau até repetiu as suas acusações em Novembro de 2024 e, ao fazê-lo, em actos e declarações públicas, justificou não só a terrível cristianofobia no Canadá, mas também a destruição de muitas dezenas de igrejas, pelas quais, quase como nos EUA sob o regime esquerdista de Joe Biden, nenhum culpado foi preso, muito menos acusado.
Quanto ao Vaticano, é o caso de perguntar se não deveria, pelo menos, reflectir sobre a razão que levou a apoiar estas acusações falsas e infames, que tanto mal fizeram à Igreja Católica no Canadá.
Fonte: La Nuova Bussola Quotidiana
Canada, le fosse comuni erano una bufala contro la Chiesa - La Nuova Bussola Quotidiana
NR: A tradução é da responsabilidade da nossa Redacção.
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