Nas escolas, estuda-se a derrota da Armada Espanhola que partiu em 1588 para invadir a Inglaterra e pôr fim à heresia anglicana. Era uma frota impressionante, composta por 137 naus com cerca de 23.000 soldados e marinheiros. Os espanhóis nunca a chamaram de Armada Invencível. Esse nome foi inventado pelos ingleses após o desastre para fins de propaganda.
Com o mesmo objectivo propagandístico, os protestantes também exploraram o facto de os espanhóis nunca terem desembarcado na Inglaterra e de ficarem com parte da armada destruída ou danificada pela tempestade, para dizerem que Deus estava do lado deles, contra os «papistas».
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O que não se conta é que no ano seguinte, ou seja, em 1589, a Inglaterra enviou uma frota ainda maior contra a Espanha e que teve uma derrota mais evidente e numericamente muito mais pesada.
Todos esses dados são contados pelo historiador Luis Gorrochategui no seu livro «Contra Armada» publicado em 2020 e já com sete edições.
Na verdade, assim que os ingleses recuperaram do choque do ataque espanhol, a Rainha Isabel I decidiu levar a cabo um plano extremamente ambicioso. Reuniu uma frota de 180 navios e 27 mil homens, incumbindo-a de três objectivos: atacar e destruir os navios espanhóis danificados que estavam em reparação no norte da Espanha; conquistar Lisboa e apoiar, contra Filipe II, o pretendente bastardo ao trono de Portugal (D. António, Prior do Crato) e finalmente interceptar a «frota indiana» que trazia da América o ouro que permitia financiar a guerra contra os protestantes.
Tudo aconteceu ao contrário do que Isabel I esperava. A frota inglesa atacou La Coruña mas foi repelida sem conseguir destruir os navios que estavam a ser reparados. Seguiu então para Lisboa, mas novamente os hereges foram derrotados e postos em fuga. Quando finalmente foram procurar a frota vinda da América, não a encontraram e ainda foram fustigados pelas tempestades.
No final, cerca de 102 navios da «invencível armada» inglesa regressaram com menos de 10.000 soldados e marinheiros, perdendo a vida cerca de 17.000 homens que tinham saído na esperança de ficar ricos com os despojos de guerra.
Em decorrência dessa derrota, a Inglaterra ficou seriamente endividada, demorando muito tempo a recuperar. Graças a isso, o Atlântico permaneceu sob o domínio católico dos reinos unidos da Espanha e Portugal. As frotas com o ouro da América continuaram a chegar sem problemas, registando-se apenas a perda de três naus em 250 anos.
O que mais impressiona no desenrolar destes acontecimentos é a capacidade que têm os inimigos da Igreja Católica em esconder e distorcer a História. Quantas outras histórias como esta não são contadas para que não se desmascarem mitos protestantes, comunistas ou de qualquer outra natureza revolucionária? Mas alguma coisa o tempo se encarregará de revelar «porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz» (São Lucas 8:17).