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A morte do Romantismo

07 de Fevereiro de 2025

Valdis Grinsteins

Valdis Grinsteins

A morte do Romantismo

A morte do Romantismo

 

O século XIX viu o surgimento do romantismo literário, que no século XX se tornou romantismo no cinema. Ambos tinham uma suposição (teologicamente errada) de que existe uma pessoa no mundo que é ideal para nós e que somente ela nos trará a felicidade perfeita. Ou seja, uma pessoa sem pecado original, que se adapta perfeitamente a nós.

A consequência disso foi a de querermos viver com aquela pessoa para sempre, e por isso os filmes românticos sempre terminavam com casamento ou pelo menos promessa de casamento.

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Mas no século XXI isso mudou. Os filmes ou as séries românticas não terminam em casamentos ou em intenções de casamento. No final, os protagonistas simplesmente vivem juntos durante algum tempo ou prosseguem as suas carreiras profissionais em cidades diferentes, apenas se encontrando de vez em quando.

Ou seja, o romantismo não é mais uma paixão dominante, mas apenas a satisfação de algumas necessidades emocionais durante um determinado tempo. Ou seja, é algo útil desde que não interfira no nosso egoísmo.

Mas o egoísmo é precisamente o assassino do romantismo. Hoje as pessoas não querem dominar as suas paixões, sacrificar os seus caprichos ou viver baseadas em algo superior como uma família. Também não querem ter paciência e suportar os defeitos da pessoa por quem se apaixonaram. E como vão ficar juntos para sempre se se deixam levar por vícios que se agravam com o tempo?

Portanto, não há nada de estranho no aparecimento de filmes ou séries «românticas» em que os actores se apaixonam por robôs, árvores ou espíritos, pois esses seres não nos pedem para renunciar ao nosso egoísmo e viver de acordo com eles.

Poderíamos dizer que o egoísmo é o romantismo para si mesmo. Já não amamos o outro, mas amamos a nós mesmos a tal ponto que não suportamos os outros. E queremos viver para sempre com os nossos defeitos, sem combatê-los ou corrigi-los.

Adeus Romantismo! O egoísmo veio para ficar!

Uma prova disto são as pessoas que se casam com elas mesmas, segundo uma moda que agora se chama de «sologamia» ou «autogamia». Há filmes sobre isso e entrevistas às pessoas que realizam essa «união» na qual prometem geralmente a si mesmas não deixar os seus caprichos ou vícios, mas aceitá-los como parte normal delas mesmas.

Existem até agências de viagens que organizam esse género de insólito evento (com viagem, convites, vestido de noiva, etc.) apesar de reconhecerem que este tipo de oferta não é popular, pois corre o risco de resultar em «cerimónia» solitária, triste e extravagante.

Como acontece muitas vezes, um exagero conduz ao exagero contrário.

A procura de uma felicidade terrestre sem Deus nem barreiras, idolatrando uma pessoa que nos satisfaz, levou o mundo a um exagero passional e este exagero conduziu a um desejo de não aceitar a realidade ao ponto de cada um se fechar em si mesmo, pois ninguém nos ama como nós mesmos nos amamos.

Como sair desta situação? Só há uma maneira: aceitar a vida como ela é, com cruzes e provações alternando-se com graças e sucessos, sabendo que o pecado original existe e que temos de lutar contra os seus efeitos em nós mesmos e nos outros.

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