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Dispositivos «inteligentes»: o meio de controlo totalitário que nem o comunismo soviético conseguiu sonhar

05 de Fevereiro de 2025

Colaborador Externo

Colaborador Externo

Dispositivos «inteligentes»: o meio de controlo totalitário que nem o comunismo soviético conseguiu sonhar

Dispositivos «inteligentes»: o meio de controlo totalitário que nem o comunismo soviético conseguiu sonhar

 

 

Os chamados «dispositivos inteligentes» são geralmente bem vistos pelos inúmeros benefícios e vantagens que trazem aos seus utilizadores: facilitam muitas tarefas, reduzem despesas, encurtam distâncias, dão informações instantâneas, salvam vidas, etc. Mas infelizmente têm também um lado negro que não deve ser descurado por quem quiser salvaguardar a sua privacidade e liberdade.

Damos aqui alguns exemplos de como somos controlados e vigiados pela tecnologia «inteligente» que se encontra nas nossas casas.

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Sistemas de segurança residencial

Esses sistemas são normalmente compostos por vários elementos e funções que incluem vigilância e gravação, alarmes audiovisuais, câmaras de detecção de movimento, iluminação e outros que ajudam a garantir a segurança da habitação ao longo das 24 horas de cada dia, quer esteja gente em casa ou não. A vigilância pode ser feita remotamente por meio de um aplicativo no telemóvel ou pela empresa de segurança que tiver sido contratada para o efeito. Estes sistemas ajudam, sem dúvida, a manter a casa protegida, mas às vezes fazem exactamente o contrário.

Em 2020, por exemplo, uma cliente da ADT Home Security, nos Estados Unidos, encontrou na sua conta um endereço de e-mail desconhecido. A sua descoberta e o relatório que enviou para a empresa deram origem a uma investigação que identificou como culpado um técnico de segurança residencial que conseguiu acesso a mais de 200 contas da ADT e que durante mais de quatro anos e meio andou a espiar clientes do sexo feminino.

Mas as invasões de privacidade são muito mais vastas. Em recente processo judicial da Federal Trade Commission (FTC) a empresa de segurança residencial Ring foi acusada de permitir que os seus funcionários e contratados tivessem acesso total às câmaras dos clientes, algumas delas instaladas em quartos e casas de banho sem conhecimento ou permissão dos clientes.

 

Computadores, smart TVs, câmaras web, tablets e telemóveis

Os invasores da privacidade, sejam eles indivíduos, organizações criminosas, empresas ou os próprios governos, podem inocular malware nos dispositivos informáticos que utilizamos. Conseguem fazê-lo através de código malicioso com adware, spyware, vírus e outro software malicioso com capacidade até para detectar tudo o que se digita no teclado, para saber quais os aplicativos de software que utilizamos, os sites que visitamos, as conversas que mantemos, as mensagens instantâneas ou os emails que enviamos e recebemos, os documentos que abrimos ou imprimimos e muito mais. Mas, pior do que isso, é o software que permite roubar dados ou corromper e apagar o disco rígido, bloquear ou desligar o computador ou sistemas informáticos inteiros.

 

Modem e router Wi-Fi

A função dos modems consiste em ligar as redes domésticas aos provedores de serviços de Internet (ISP), enquanto os routers Wi-Fi permitem que todos os dispositivos digitais numa residência, tais como computadores, telemóveis, tablets, auscultadores e altifalantes sem fios, relógios «inteligentes» e outros apetrechos conectados comuniquem entre si e utilizem a ligação à Internet.

De acordo com um estudo das Universidades de Chicago e de Santa Bárbara (Califórnia), a espionagem informática já atingiu tal sofisticação que os invasores podem até detectar sinais emitidos por routers ou receptores WiFi baratos e transformá-los em detectores de movimento para captar a presença de pessoas dentro de casas ou edifícios.

 

Impressoras

Quase todas as impressoras possuem actualmente algum tipo de memória que permite o armazenamento de dados, pelo menos durante 30 dias, para que os documentos impressos possam eventualmente ser recuperados e reimpressos, sem a necessidade de recorrer ao computador de onde provieram.

As impressoras, com efeito, registam o número de páginas impressas, incluindo tamanho dos ficheiros, data e hora da impressão, aplicativos a partir dos quais foi feita a impressão, marca da tinta ou do toner, etc. No entanto, pode-se evitar que isto ocorra desligando simplesmente a impressora por um minuto ou mais para limpar a memória volátil. A ligação da impressora ao computador por meio de cabo (off-line, sem Wi-Fi) também evita esse armazenamento de dados.

 

Aspiradores «inteligentes»

Desde 2015 que os aspiradores robóticos começaram a ser equipados com câmaras que melhoram a detecção de obstáculos nos percursos que fazem dentro das casas, criando igualmente mapas das divisões e transmitindo vídeo em directo para efeitos de vigilância residencial, quando necessário. Claro que a transmissão desses vídeos, se for hackeada, pode revelar muitos detalhes sobre a casa, sobre a presença de pessoas e suas actividades.

 

Pior do que no comunismo soviético…

Em suma, no que toca a dispositivos informáticos ditos «inteligentes», pode dizer-se que são um «pau de dois bicos», com um desses bicos ao serviço do utilizador mas com o outro à disposição de perigosos invasores da nossa privacidade e condicionadores da nossa liberdade, incluindo-se entre eles os governos de muitos Estados comunistas e não comunistas.

Nos tempos da Rússia Soviética (1917-1991) era bem conhecida a importância que o regime comunista dava às tecnologias de vigilância e espionagem para poder controlar a vida de cada cidadão. Mas como eram então «atrasadas» essas tecnologias em comparação com as que existem hoje! E com que rapidez têm elas sido postas ao serviço de todo o tipo de regimes, socialistas e totalitários ou «democráticos» e capitalistas! Sem tais tecnologias, por exemplo, jamais a China conseguiria implementar a sua política de «créditos sociais», baseada no apertadíssimo controlo que exerce sobre cada cidadão através do telemóvel, das câmaras de vigilância, do reconhecimento facial, dos microfones ocultos, etc. Tudo isso também existe em abundância nos países do chamado «mundo livre», mas é sabido que basta a simples imposição de drásticas medidas sanitárias, ambientalistas, alimentares, etc., para controlar uma população inteira em questão de horas ou dias.

Já tivemos uma experiência bem próxima disso com a pandemia do Covid-19…

 

Rodrigo de Almeida Carvalhais

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